Imagem de arquivo pessoal. |
MINHA INFÂNCIA VIVIDA E REFLETIDA.
Eu, Patrícia Andrade de Souza 29 anos, filha única de um casal de professora e comerciante, fui adotada ao nascer, desde sempre soube que fazia parte de uma família que não era minha biologicamente, mas sem dúvidas era muito amada e cuidada muito bem. Meus pais adotivos fizeram um enxoval, prepararam um quarto, tudo que um recém-nascido precisa eu tinha e ainda mais, noites perdidas cuidados médicos tudo de qualidade, pediatra particular.
Aos 5 anos fui para a escola e foi aí que começou minha vida social, com os colegas e professores. Foi quando o bullying começou também eu era negra, gorda e grande para a minha idade, tinha os piores apelidos e não aguentava mais a escola nem os meus primos a vontade era de matar todo mundo. Mas, com o tempo fui aprendendo a lidar com a dor, já não ligava mais para os apelidos e nem para as perturbações diárias, estudar era um escape. Quando me formei na alfabetização foi uma realização, eu estava participando de um ritual escolar dos quais eu nunca participava, estudava em uma escola particular e tudo era muito caro, mas a minha formatura foi espetacular.
O sentimento de infância que eu tenho é que eu sempre fui muito protegida e ensinada a pensar sempre, quando eu fosse adulta, me deparava com a pergunta: " O que você vai ser quando crescer?" E eles sempre esperavam as mesmas respostas, médica, advogada, enfermeira, e eu só queria ser criança. O que me importava no futuro eu precisava viver o meu presente.
Mas a minha infância nem se compara com a de hoje, eu brincava descalça na rua, tomava banho de chuva, coisa que essa geração não faz só gostam de eletrônicos e shopping, muitos não vão saber o que é tomar um banho de rio, correr no areão, difícil saber se as mudanças foram para o bem ou mal, esse universo da criança e sua infância é muito mais complexo do que imaginamos.
Então como entender as crianças se estamos imersos em um mundo totalmente adulto, responsável. É necessário ir além e entendermos a nossa própria infância, nosso tempo de criança, para que possamos entender a mente das crianças, é um universo diferente, mas que já vivemos um dia. Não custa nada voltarmos a nossa memória remota para que possamos mergulhar nesse universo infantil. O tempo passa, os olhares mudam, mas precisamos sempre estarmos atentos a necessidade que as crianças possuem independente de tempo.
Puxa Patrícia, fique triste em ler sobre os bullings que você sofreu na infância. Ao mesmo tempo, senti na escrita o seu potencial e força para superar isso tudo.
ResponderExcluirQue tal trazer uns dois parágrafos das sínteses trabalhadas nos textos com Marilete fundamentando sua narrativa? Penso que potencializaria mais o seu blog.
Paty!! Que reflexao profunda! Assim como a professora Socorro, eu tambem me entristeço com o bullying ocorrido. No entanto, quando você elucida a importante de refletir no contexto atual da infância, relembro o que a sociologia da infância nos sugere, ao buscar o "protagonismo" da criança diante de uma nova cultura. Acredito que sua narrativa é atraída para a inserção teórica. Parabéns pela coragem, ousadia e sensibilidade. Avante!
ResponderExcluirImportância*
ResponderExcluirQue narrativa paty, que narrativa!! Me emocionei; você é uma guerreira! As lutas foram difíceis, mas a vitória foi grande!
ResponderExcluirAchei interessante você mencionar as brincadeiras de infância e esse sentimento nostálgico que elas trazem aos nossos corações; lembro-me de brincar no ribeirão da fazenda onde meu pai trabalhava; de correr na rua seguindo a corrente d'água. Tempos que não voltam mais. Essa visão de criança correndo, sendo livre, está realmente desaparecendo; a moda agora é brincar com o tablet.
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